No segundo domingo
do mês de maio comemorou-se o "Dia das Mães" e este ano, nesse dia,
lembrei-me muito da minha. Sua imagem me vinha aos olhos, sua lembrança se
fixava no meu espírito. E, mais que tudo isso, uma grande saudade me dominou –
a de minha Mãe. Lembrei-me da sua bondade, sempre pronta a fazer o bem, a
desculpar os erros e a esquecer as ingratidões humanas.
Todos que a conheceram e com ela conviveram me dizem ainda hoje: "Tua Mãe era bondosa. Não havia ninguém que não gostasse dela".
Todos que a conheceram e com ela conviveram me dizem ainda hoje: "Tua Mãe era bondosa. Não havia ninguém que não gostasse dela".
Mas, se me orgulho
do Pai que tive, da sua inteligência e do seu valor, não me orgulho menos da
Mãe culta que possuí, dos seus dons artísticos e – por que não? – da sua beleza
física, também.
O seu sorriso irradiava simpatia. Como sabia ferir as teclas de um piano e arrancar delas a sonoridade que sua alma sensível sentia! Guardo ainda os álbuns de suas músicas, algumas das quais fiz questão de tocar, não com o seu brilho nem com sua arte, mas como recordação dela, que chegou a ouvi-las com visível prazer.
Era uma artista em
flores artificiais, feitas em papel de arroz ou em nansuk à mão. Que lindo ramo
de rosas fez para enfeitar o meu quarto no dia do meu casamento! Pareciam
naturais!
O seu sorriso irradiava simpatia. Como sabia ferir as teclas de um piano e arrancar delas a sonoridade que sua alma sensível sentia! Guardo ainda os álbuns de suas músicas, algumas das quais fiz questão de tocar, não com o seu brilho nem com sua arte, mas como recordação dela, que chegou a ouvi-las com visível prazer.
Era uma verdadeira
mestra da língua portuguesa. Diante dela ninguém empregava mal um pronome nem
falava termos de gíria. As cartas que eu lhe escrevia do Colégio eram
severamente corrigidas por ela nos meus erros de português. Fazia questão da
minha cultura, e tanto ela como meu Pai, não pouparam esforços para me
instruir, estimulando-me sempre.
Quando me corrigia
ou aconselhava costumava franzir as sobrancelhas, mas logo o seu sorriso bonito
e simpático aflorava à sua boca quando eu respondia com gaiatices, pois, menina
alegre que era, levava tudo na brincadeira. E por isso, muitas vezes me mandava
embora e dizendo: "Vai brincar, vai palhaço!"
Moça já, quando ia
ao teatro, meu prazer ao chegar em casa era representar e falar imitando a voz
do artista que mais me impressionava, e ela com isso se divertia, mesmo, porém,
não acontecia quando eu imitava os cacoetes dos outros. Aí, ela me repreendia
severamente.
Fazia questão que
eu fosse uma mulher perfeita, mas creio que isso não conseguiu, pois, embora
digam que sou muito parecida com ela, até no gênio, creio que me falta muito
para chegar ao que ela idealizava e muito mais ao que ela foi.
Recordando essa Mãe, para mim admirável, contrariando a sua natural modéstia, pois não gostava de elogios, o que aliás também não gosto, termino dizendo que os que têm hoje uma Mãe a seu lado, têm tudo. Ela é o único amor desinteressado, a ajuda que não falta nunca, a presença que sempre nos acompanha, ainda que ausente para sempre.
Maria Thomazia, minha mãe
Por Maria Cottas
Livro: Páginas Soltas
Poderá
gostar de conhecer:
► Modalidades mediúnicas
– Por Luiz de Mattos