CENTRO REDENTOR
LUANDA - ANGOLA
Resumo dos
fundamentos do Racionalismo Cristão em Luanda 1933 – 1952.
Em 1933, procurou-me
o Sr. Manuel Augusto Teixeira e o Sr. Adelino de oliveira, dizendo-me que
estavam informados que eu era médium vidente e auditivo, e pedindo-me para eu
os acompanhar num grupo espírita. Disse-lhes que não tinha lido nada sobre
espiritismo e que achava mal meter-nos a fazer sessões sem saber o que
fazíamos.
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Conheça este livro |
O Sr. Manuel Augusto
Teixeira disse-me que tinha um livro pertencente a um Sr. Morais que tinha
vindo de Cabo Verde onde tinha frequentado o Centro de Cabo Verde, e que me
emprestava.
Como vos tenho
informado, já tinha as faculdades desenvolvidas, mas foi esse livro básico que
me veio dar conhecimento das mesmas e ensinar-me a luta que eu tinha que travar
pelo Racionalismo Cristão.
Começamos o grupo
cujos componentes estão na 1ª. petição feita para o Centro Redentor e publicada
nas Cartas Doutrinárias de 1935. Chegamos a ter trabalhos muito bons, pois
quase se normalizaram loucos, curando-se um indivíduo que sofria de ataques,
etc.
O médium Manuel
Teixeira começou a envaidecer-se e em vez de praticar o Racionalismo Cristão
praticava o Baixo Espiritismo.
Comecei a ser
intuída, incitando-os ao estudo das obras do Redentor para que se
compenetrassem dos Princípios Racionais, e depois recomeçar os trabalhos que
estavam a ser deturpados em virtude dos conselhos do médium.
Este nunca ligou aos
meus conselhos, tendo eu que lhe dizer, que se continuasse assim, tinha eu que
sair, pois eram as ordens do Astral Superior. Respondeu-me que mais valiam
poucos e bons do que muitos e maus.
Saí, e comigo saíram
mais alguns. Eles continuaram, mas os loucos que estavam quase normalizados
voltaram à mesma, e os que estavam bons ficaram doentes, até que o grupo se
dispersou.
Dedicando-me a
estudar o Racionalismo Cristão, ansiava companheiros bem esclarecidos para
recomeçar os trabalhos. José Ferreira Braga e Adelino dos Santos Oliveira —
procuravam-me amiudadas vezes para falar dos princípios Racionalistas,
mostrando grande vontade de ver chegar o dia em que nós nos pudéssemos reunir
de novo.
Certo dia
procurou-me um grupo a pedir auxílio para uma louca que vinha com eles,
lastimando-se que havia 7 meses que ninguém podia descansar em casa.
Disseram-me que nesse mesmo dia a louca quase estrangulara o filho durante um
ataque. Os médicos mandaram-na internar no hospital, porque não a podiam curar.
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Biografia |
Encontrando-se com o
Sr. José Ferreira Braga este perguntou-lhes como estava a doente dizendo-lhes
que eu talvez a conseguisse curar e que por isso tinham vindo a minha casa.
Ouvi-os com bastante sofrimento mas disse-lhes que sozinha não lhes podia
valer, pois era contra os princípios. Nessa altura fui envolvida pela Luz e
ouvi dizer: “Maria, tens que o fazer e
nada temas”.
Quando as Forças
Superiores me falaram compreendi que tinha que obedecer, vencendo todas as
barreiras. Mandei-os sentar em roda, no meu quintal, sendo intuída para entrar
a louca à minha direita, seguindo-se o marido, irmãos e cunhadas.
Fiz-lhe a limpeza,
dando-lhe água fluídica a beber e as irradiações para decorar, incutindo-lhes a
confiança no Astral Superior e recomendando-lhes que se alguma fúria lhe desse,
que lhe dessem uma caneca de água fluídica, fazendo-lhe só mesmo tempo as
irradiações.
Disse-lhes que no
dia seguinte às mesmas horas viessem de novo. À terceira limpeza recebi ordem
do Astral Superior dizendo-me que a doente estava normalizada, faltando-lhe
apenas o conhecimento dos Princípios.
Após esta cura,
minha casa enchia-se todos os dias de gente, uns procurando coisas que aqui se
não faziam confundidos, portanto, outros procurando alívio para as suas dores
aqui o encontrando.
Com os doentes
normalizados e com os que aproveitaram esclarecendo-se, formei a corrente,
entrando em ação o novo grupo, vindo depois José Ferreira Braga e Adelino de
Oliveira.
Assim continuamos os
nossos trabalhos, correndo sempre tudo muito bem, graças à LUZ do Grande Foco.
Eu que tudo via e ouvia fui guiada por ela nesta nobre missão.
E a minha grande vontade
e de todos os que me acompanhavam, supria qualquer falta que porventura
houvéssemos cometido para com o nosso regulamento que sempre respeitei, mas,
ocasiões houve, no início, que era necessário agir, e, aonde há vontade forte
de bem agir a Luz baixa, não se nega.
Poucos têm
aproveitado esta riqueza; alguns, após beneficiados, afastaram-se sem conhecer
a causa da sua cura, uns porque a sua vida material o não permitia outros por
que satisfeito o móbil que cá os trazia, a cura, manifestaram o seu desinteresse
e ingratidão por esta Doutrina.
Pode-se ser
racionalista sem frequentar as sessões, pois basta conhecer-se como Força e
Matéria e sabendo o poder enorme do pensamento, estar sempre bem assistido. Em
qualquer lugar o ser pode elevar o seu pensamento ao Astral Superior, que será
bem-sucedido, contando o seu pensamento seja puro e forte. Mas é preciso
compreender que aonde haja Centro é um dos maiores deveres dos Racionalistas,
ir dar de graça o que de graça receberam, a nossa boa irradiação.
Eu nunca recebi
ordens superiores para dar medicamentos aos doentes, e eles curaram-se todos; o
que se torna necessário, repito, é conhecer o valor do pensamento que é enorme.
Aqui se curaram
loucos, paralítico, tuberculosos e muitos outros; só lhes dava água fluídica e
a minha boa irradiação. Felizes de nós quando soubermos por o nosso pensamento
em ação para o bem.
Não devemos pedir
nada, visto que cada um tem apenas o que merece. É preciso compreender que
todos nós somos força e é necessário irradiá-la ó para o bem, para podermos
gozar saúde e alegria, pois de contrário, só o mal atraímos a nós.
Foram muitos os que
se afastaram com medo, quando souberam que o Centro do Porto se tinha fechado.
Devem saber que o medo é um avassalamento; tendo nós a consciência tranquila,
não há nada que nos possa atormentar.
Eu, após algumas
curas, comecei a ouvir dizer que me vinham prender. Algumas senhoras, minhas
amigas, vieram a minha casa implorar para que deixasse estes trabalhos, pois ia
ser presa.
Dizia-lhes que
estava pronta a respeitar as autoridades e que as minhas testemunhas seriam aqueles
que tinham beneficiado: iriam declarar o que tinham pagado e tomado, que os
meus crimes me não envergonhavam.
Passado pouco tempo
vieram a minha casa dois agentes da polícia, para me “consultar”, mas que
queriam saber primeiro o preço. Eu respondi-lhes como devia. Disseram-me então,
que não era isso que constava, pois diziam que eu levava 400,00 ou 500,00
angolares por cada consulta.
Mandei-os entrar e
dei-lhes um pequeno esclarecimento sobre a Doutrina e eles ouviram-me muito
atentos. Voltaram passados alguns dias, a dizer que o Comandante estava a ler o
livro que lhe tinha dado (Racionalismo Cristão), e que vinham pedir autorização
para ele assistir às sessões. Dias depois do meu consentimento, veio ele
acompanhado do comandante da fortaleza de S. Miguel.
Depois disso era
raro o dia que não tinha como assistente gente da polícia.
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Site do Racionalismo Cristão |
Assim tenho
caminhado sem temor, pois a minha consciência está tranquila e satisfeita com o
bem que pratiquei.
Faço este resumo
para vos mostrar como foram iniciados os nossos trabalhos em Luanda, visto que
sois todos modernos, à exceção do Sr. Adelino de Oliveira, e deveis compreender
que esta Doutrina é ó dos fortes e das que possuem moral e justiça.
Primeira Corrente De
Limpeza Psíquica - Luanda, Angola
CENTRO REDENTOR
LUANDA - ANGOLA
Resumo dos fundamentos do Racionalismo Cristão em Luanda — 1ª. Corrente formada por Maria de Oliveira — 1933 - 1952
Por MARIA DE OLIVEIRAFonte: Espiritismo Racional e Cientifico - 1935
Colaboração: Maria Pereira
Meus Amigos,
Um dos meus mestres, o Senhor FRANCISCO GOMES DE ABREU, como professor fazia palestras/reuniões no último sábado de cada mês, reunia quem quisesse aprender ou os que mais sabiam da Doutrina, e nesse dia versávamos sobre um tema.
Então tenho uma fotocópia em meu poder, com tudo isto que transcrevi, escrito algumas palavras em português um pouco antigo, português do daqueles anos, e quem nos deu a minha Mãe e a mim foi este nosso professor Francisco Gomes de Abreu.
Está escrito à máquina de escrever, com o nome de MARIA DE OLIVEIRA, e por baixo, com uma assinatura manuscrita com o nome dela com uma letra simples escrito eu sinto pela mão de nossa própria Maria de Oliveira.
Quem foi aluno de Maria de Oliveira foi o Sr. Ernesto Beaumont antigo presidente da Filial Lisboa. Foi colega de trabalho também, de minha Mãe antes de se reformarem e somos grandes amigos apesar de já não ser presidente.
Com carinho, Fátima de Almeida
Então tenho uma fotocópia em meu poder, com tudo isto que transcrevi, escrito algumas palavras em português um pouco antigo, português do daqueles anos, e quem nos deu a minha Mãe e a mim foi este nosso professor Francisco Gomes de Abreu.
Está escrito à máquina de escrever, com o nome de MARIA DE OLIVEIRA, e por baixo, com uma assinatura manuscrita com o nome dela com uma letra simples escrito eu sinto pela mão de nossa própria Maria de Oliveira.
Quem foi aluno de Maria de Oliveira foi o Sr. Ernesto Beaumont antigo presidente da Filial Lisboa. Foi colega de trabalho também, de minha Mãe antes de se reformarem e somos grandes amigos apesar de já não ser presidente.
Com carinho, Fátima de Almeida