Surpreendendo, certo dia, minha filha diante de um espelho, a fazer poses, fiz-lhe a seguinte observação:
- Para que esses gestos minha filha?
- Que gestos, mamãe, retrucou ela mal-humorada.
- Se não me engano, parece-me que estudavas poses!
- Também a senhora está sempre vendo coisas!
- Não minha filha, eu só vejo o que preciso ver. Está muito certo que te enfeites, gosto que sejas cuidadosa, que andes bem vestida, mas não quero que sejas sestrosa nem exagerada. Acho ridículo, uma moça que usa termos e faz gestos estudados.
Não há nada mais bonito que a simplicidade e a naturalidade em tudo. A beleza afetada muitas vezes nos causa um sentimento de antipatia.
Vê a Josefina, minha filha. É uma menina bonita, tem uma pele fina e clara, olhos negros e linda boca; mas que andar feio! E que expressão de convencimento tem o seu rosto!
Cecília, que passa por ser a mais bonita da tua classe, como é orgulhosa! Com seu ar de desprezo parece divertir-se à custa das próprias colegas...
Rosalina é outra companheira tua, cujo olhar petulante e decidido surpreenderia os próprios rapazes.
- Mais devagar, mamãe. Nesse passo a senhora chegará dentro em pouco à maledicência. Só vê defeitos nas minhas colegas...
- Não, minha filha, tens colegas muito boas e simpáticas. Quero apenas apontar-te as que mais se salientam pela maneira antipática de se conduzirem.
A Regina, por exemplo, é uma menina interessante, veste-se com simplicidade e bom gosto. Tem uns modos recatados e bonitos.
A Helena, com o seu feitio folgazão, é também uma graciosa menina. Está sempre bem-disposta e risonha. Possui um gênio alegre e deve ser uma boa amiga para vocês.
Ia-me esquecendo da Luci que, não sendo bonita, é contudo gentil, uma inteligência viva, delicadíssima e ótima colega. Vê, pois, minha filha, que os dons exteriores, ou melhor, uma pele alva e aveludada, bonitos dentes, nariz bem feito, boca vermelha, em uma palavra, todas as belezas do rosto e do corpo não bastam para agradar. É preciso ainda uma fisionomia feliz e maneiras atraentes.
- Por que razão encontra-se em algumas pessoas feias algo que nos impressiona agradavelmente, e em outras de traços regulares e finos qualquer coisa que nos afasta?
Porque naquelas, a sua simplicidade deixa transparecer por essa manifestação de bondade.
- Há pouco, defronte do espelho, procuravas dar ao teu rosto esse ar de bondade, minha filha?
- Não graceje, mamãe.
- Não é essa é a minha intenção. Mas suponho que te queiras tornar mais interessante e julgavas ser esse o meio mais seguro, não é?
Não há nada mais bonito que a simplicidade e a naturalidade em tudo. A beleza afetada muitas vezes nos causa um sentimento de antipatia.
Vê a Josefina, minha filha. É uma menina bonita, tem uma pele fina e clara, olhos negros e linda boca; mas que andar feio! E que expressão de convencimento tem o seu rosto!
Cecília, que passa por ser a mais bonita da tua classe, como é orgulhosa! Com seu ar de desprezo parece divertir-se à custa das próprias colegas...
Rosalina é outra companheira tua, cujo olhar petulante e decidido surpreenderia os próprios rapazes.
- Mais devagar, mamãe. Nesse passo a senhora chegará dentro em pouco à maledicência. Só vê defeitos nas minhas colegas...
- Não, minha filha, tens colegas muito boas e simpáticas. Quero apenas apontar-te as que mais se salientam pela maneira antipática de se conduzirem.
A Regina, por exemplo, é uma menina interessante, veste-se com simplicidade e bom gosto. Tem uns modos recatados e bonitos.
A Helena, com o seu feitio folgazão, é também uma graciosa menina. Está sempre bem-disposta e risonha. Possui um gênio alegre e deve ser uma boa amiga para vocês.
Ia-me esquecendo da Luci que, não sendo bonita, é contudo gentil, uma inteligência viva, delicadíssima e ótima colega. Vê, pois, minha filha, que os dons exteriores, ou melhor, uma pele alva e aveludada, bonitos dentes, nariz bem feito, boca vermelha, em uma palavra, todas as belezas do rosto e do corpo não bastam para agradar. É preciso ainda uma fisionomia feliz e maneiras atraentes.
- Por que razão encontra-se em algumas pessoas feias algo que nos impressiona agradavelmente, e em outras de traços regulares e finos qualquer coisa que nos afasta?
Porque naquelas, a sua simplicidade deixa transparecer por essa manifestação de bondade.
- Há pouco, defronte do espelho, procuravas dar ao teu rosto esse ar de bondade, minha filha?
- Não graceje, mamãe.
- Não é essa é a minha intenção. Mas suponho que te queiras tornar mais interessante e julgavas ser esse o meio mais seguro, não é?
- Ora, mamãe, não falemos mais nisso.
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Emprega, minha filha, toda a energia de tua alma para adquirir virtudes que te tornem mais amável e mais bela.
Sê simples - Por Maria Cottas