A 23 de Novembro de 1925, portanto há 55 anos, desprendia-se do corpo físico para ascender ao seu Mundo de Luz Astral, o espírito de Maria Thomazia de Abreu Machado Antas, na intimidade conhecida por Maria Thomazia.
Nasceu a 12 de Outubro de 1861 em Bragança, Portugal, onde estudou e foi educada em Colégio de Religiosas, formando-se Professora.
Se há alguém, no Racionalismo Cristão, que mereça ser homenageado e perpetuada a sua memória, em Pedestal, onde conste seu nome gravado em letras de ouro, é essa mulher incomparável e mãe exemplar, de inconfundível moral cristã – Maria Thomazia!...
Apesar de ter sido educada em colégio religioso e professar para freira, não lhe foi difícil, devido à reconhecida grandeza de seu espírito, livrar-se dos ensinamentos religiosos e enveredar para o Racionalismo Cristão, estudando-o, aceitando-o, e a ele se entregando, de corpo e alma.
Companheira inseparável de Luiz de Mattos, foi na Doutrina um dos primeiros médiuns desenvolvidos no Racionalismo Cristão.
Se nos reportarmos às datas de nascimento de ambos (Luiz de Mattos, em 3 de Janeiro de 1860, e Maria Thomazia, em 12 de Outubro de 1861) temos a impressão de que esses espíritos, em seus Mundos Superiores, deliberaram encarnar com a mesma missão: iniciar e criar a Doutrina da Verdade – o Racionalismo Cristão.
Luiz de Mattos, para dar prosseguimento à sua Doutrina, necessitava de um elemento indispensável, o médium. E esse elemento ou instrumento foi Maria Thomazia!
Tanto no Centro Filial de Santos, como no Centro Redentor, no Rio de Janeiro, foi ela um instrumento extremamente disciplinado, prestando relevantes serviços à Doutrina, e colaboradora incansável de Luiz de Mattos.
A seu lado esteve sempre, nos momentos alegres e difíceis, animando-o, encorajando-o e dando-lhe alento espiritual. Poupava-o e evitava tudo que lhe pudesse dar desgosto e sofrimento. Aos companheiros na Doutrina, pedia que fossem todos muito amigos do Chefe da Doutrina – Luiz de Mattos.
Como instrumento das Forças Superiores, foi infatigável e possuía extraordinária sensibilidade mediúnica. Sua lealdade, honradez, desprendimento, obediência e dedicação à Doutrina, devem servir de modelo aos demais médiuns.
Sua boca jamais se abria para falar mal de alguém. Ao contrário, a todos aconselhava e a todos defendia.
Arranjava tempo e horas para tudo. Nas horas vagas dedicava-se à pintura e à confecção de flores que, depois de feitas, se confundiam com as naturais.
Foi uma professora adorável. Conhecia português com profundidade e sabedoria, tendo-lhe sido conferido valioso prêmio pelo Real Gabinete Português de Leitura.
A homenagem prestada a Maria Thomazia, quando da inauguração do Solar Luiz de Mattos, em 27 de Setembro, dando seu nome a uma sala, no último pavimento, Sala Maria Thomazia, com o seu retrato pintado a óleo e uma placa com seu nome, foi muito oportuna e merecida, pois foi nesse pavimento do antigo prédio do Centro Redentor que ela residiu e passou a última etapa da sua existência terrena, juntamente com Luiz de Mattos e demais familiares.
Tenho gratas recordações dessa inconfundível e extraordinária figura, que foi Maria Thomazia! Entre outras, vou relatar uma: Antes, porém, devo dizer que sempre me tratou com muito carinho e deu-me belos conselhos. Pois bem, preparava-me eu para o exame de admissão ao Colégio Pedro II. Quando ela soube, prontificou-se a dar-me aulas de Português. Mandava-me fazer cópias, redações e estudar Gramática (o que hoje, lastimavelmente, não se faz mais, e por isso a mocidade atual não sabe falar nem escrever).
Certa ocasião, mandou-me conjugar determinado verbo. Eu fiz uma tremenda confusão! Ela, apesar da sua bondade e ser minha amiga, não me poupou: Deu-me um leve... Puxão de orelhas e mandou-me copiar o verbo 20 vezes! Professora admirável!
Aprovado que fui no exame de admissão, dias depois apresentei-me à saudosa professora, com o uniforme do Colégio Pedro II. Ela me abraçou, beijou-me e disse:
Agora, procura honrar esse uniforme e o nome desse homem que na Terra se chamou Pedro II!
Ao teu espírito, pois, Maria Thomazia, embora tarde, humildemente presto a minha sincera homenagem, escrevendo estas linhas e grato estou por aquele único puxão de orelhas!
Maria Thomazia
Por Dr. João Baptista Cottas — Jornal A Razão — Novembro de 1980
Colaboração: Sr. Antão José Lopes da Luz — Presidente da Casa Racionalista Cristã Filial Seixal, Lisboa — Portugal
Nasceu a 12 de Outubro de 1861 em Bragança, Portugal, onde estudou e foi educada em Colégio de Religiosas, formando-se Professora.
Apesar de ter sido educada em colégio religioso e professar para freira, não lhe foi difícil, devido à reconhecida grandeza de seu espírito, livrar-se dos ensinamentos religiosos e enveredar para o Racionalismo Cristão, estudando-o, aceitando-o, e a ele se entregando, de corpo e alma.
Companheira inseparável de Luiz de Mattos, foi na Doutrina um dos primeiros médiuns desenvolvidos no Racionalismo Cristão.
Se nos reportarmos às datas de nascimento de ambos (Luiz de Mattos, em 3 de Janeiro de 1860, e Maria Thomazia, em 12 de Outubro de 1861) temos a impressão de que esses espíritos, em seus Mundos Superiores, deliberaram encarnar com a mesma missão: iniciar e criar a Doutrina da Verdade – o Racionalismo Cristão.
Luiz de Mattos, para dar prosseguimento à sua Doutrina, necessitava de um elemento indispensável, o médium. E esse elemento ou instrumento foi Maria Thomazia!
Tanto no Centro Filial de Santos, como no Centro Redentor, no Rio de Janeiro, foi ela um instrumento extremamente disciplinado, prestando relevantes serviços à Doutrina, e colaboradora incansável de Luiz de Mattos.
A seu lado esteve sempre, nos momentos alegres e difíceis, animando-o, encorajando-o e dando-lhe alento espiritual. Poupava-o e evitava tudo que lhe pudesse dar desgosto e sofrimento. Aos companheiros na Doutrina, pedia que fossem todos muito amigos do Chefe da Doutrina – Luiz de Mattos.
Como instrumento das Forças Superiores, foi infatigável e possuía extraordinária sensibilidade mediúnica. Sua lealdade, honradez, desprendimento, obediência e dedicação à Doutrina, devem servir de modelo aos demais médiuns.
Sua boca jamais se abria para falar mal de alguém. Ao contrário, a todos aconselhava e a todos defendia.
Arranjava tempo e horas para tudo. Nas horas vagas dedicava-se à pintura e à confecção de flores que, depois de feitas, se confundiam com as naturais.
Foi uma professora adorável. Conhecia português com profundidade e sabedoria, tendo-lhe sido conferido valioso prêmio pelo Real Gabinete Português de Leitura.
A homenagem prestada a Maria Thomazia, quando da inauguração do Solar Luiz de Mattos, em 27 de Setembro, dando seu nome a uma sala, no último pavimento, Sala Maria Thomazia, com o seu retrato pintado a óleo e uma placa com seu nome, foi muito oportuna e merecida, pois foi nesse pavimento do antigo prédio do Centro Redentor que ela residiu e passou a última etapa da sua existência terrena, juntamente com Luiz de Mattos e demais familiares.
Tenho gratas recordações dessa inconfundível e extraordinária figura, que foi Maria Thomazia! Entre outras, vou relatar uma: Antes, porém, devo dizer que sempre me tratou com muito carinho e deu-me belos conselhos. Pois bem, preparava-me eu para o exame de admissão ao Colégio Pedro II. Quando ela soube, prontificou-se a dar-me aulas de Português. Mandava-me fazer cópias, redações e estudar Gramática (o que hoje, lastimavelmente, não se faz mais, e por isso a mocidade atual não sabe falar nem escrever).
Certa ocasião, mandou-me conjugar determinado verbo. Eu fiz uma tremenda confusão! Ela, apesar da sua bondade e ser minha amiga, não me poupou: Deu-me um leve... Puxão de orelhas e mandou-me copiar o verbo 20 vezes! Professora admirável!
Aprovado que fui no exame de admissão, dias depois apresentei-me à saudosa professora, com o uniforme do Colégio Pedro II. Ela me abraçou, beijou-me e disse:
Agora, procura honrar esse uniforme e o nome desse homem que na Terra se chamou Pedro II!
Ao teu espírito, pois, Maria Thomazia, embora tarde, humildemente presto a minha sincera homenagem, escrevendo estas linhas e grato estou por aquele único puxão de orelhas!
Maria Thomazia
Por Dr. João Baptista Cottas — Jornal A Razão — Novembro de 1980
Colaboração: Sr. Antão José Lopes da Luz — Presidente da Casa Racionalista Cristã Filial Seixal, Lisboa — Portugal