Exemplos de Vida reflete a beleza e a singeleza da alma feminina racionalista cristã, nos ensinamentos das nobres mulheres Maria Thomazia, Maria Cottas e Maria de Oliveira. Encontrei nestes espíritos exemplos que dizem muito a todas as mulheres ávidas por esclarecimento. Como mãe e eterna estudante desta doutrina, ao ler e transcrever cada letra de suas páginas, senti que cresci um pouco mais, e deixá-las em meu arquivo pessoal seria demais injusta para com todas, assim, publico seus exemplos e um pouco de suas biografias para quem desejar sentir a vibração e a ternura do amor existente em cada palavra. Maria de Fátima Almeida

Educação um ingrediente contra a violência - Por Maria Cottas

Você já reparou, minha amiga, como é difícil educar? Se você tem filhos não pode deixar de ter notado as tremendas contingências em que tantas vezes nos encontramos para encaminhá-los. É que, mesmo entre crianças nascidas dos mesmos pais, a maneira de educá-las varia conforme o caráter, gênio, a índole e mentalidade de cada uma.
E daí a dificuldade de conduzi-las, procedendo com maior ou menor rigor, de acordo com essa diversidade de temperamento.

A criança é uma plantinha tenra que temos em mãos, com a responsabilidade de fazê-la florir e frutificar.

O certo, porém, é que o exemplo, mais do que as palavras, se fixa na memória infantil. Não adianta pregação se os atos não correspondem. E, infelizmente, é o que se vê com grande freqüência na sociedade moderna.

Para que ensinar que não se deve mentir, quando mentiras são ditas abertamente na frente dos filhos? Para que ensinar lealdade, quando a deslealdade predomina entre amigos, companheiros de trabalho e até entre membros da mesma família?

Para que convencer que não se deve faltar ao dever, se tantas vezes esse dever é relegado pelos pais que se fingem de doentes para não ir ao emprego, que deixam de solver seus compromissos a pretexto de razões fúteis e inexistentes?

Para que dizer que não se deve enganar o próximo, negociar, fazer negócios ilícitos, barganhas vergonhosas, quando os filhos assistem a todos esses recursos praticados dentro de casa, discutidos nas horas das refeições perante eles?
Os conselhos, portanto, não servem quanto a certas traquinagens próprias da infância e da adolescência, se os conselheiros se deixam levar na voragem da vida praticando ações criminosas diante dos filhos.
E o castigo então, às vezes até corporal, numa hora de impaciência, só desperta indignação e favorece a desobediência, quando os jovens fazem reparo entre os mínimos pecados da criança e os grandes pecados dos adultos.
Na fase adolescente, sobretudo, quando a consciência desperta para a vida, nenhum juiz é mais severo diante dos pais do que os próprios filhos. Como aceitar proibições se o mau exemplo vem de cima, de quem devia ser o paradigma dos entes perfeitos, justos, sempre verdadeiros?!


São essas, certamente, as causas da dissolução da família moderna, da ruína da sociedade.

A falta de uma educação coerente, de uma educação estabelecida em normas exemplares, em condutas retas de honestidade é a responsável na sua totalidade por uma juventude desorientada, indecisa, confusa.
E certo que há casos em que filhos fogem do bom caminho pela má convivência de terceiros. A regra geral, porém, é se manterem firmes na trilha traçada pelos pais, dentro das quatro paredes do lar, quando nesse lar o que transpira são os sentimentos de pureza, de ideal, de moralidade.
Educação um ingrediente contra a violência
Por Maria Cottas

Fonte: Livro Crônicas Oportunas





  
Espírito é Força, não a força física que todos conhecemos, mas a força que incita, que constrói, que reprograma e anima a matéria inerte e que precisa do espírito para dar-lhe vida — Ensinar a espiritualidade é ensinar a cidadania.