
E daí a dificuldade de conduzi-las, procedendo com maior ou menor rigor, de acordo com essa diversidade de temperamento.
A criança é uma plantinha tenra que temos em mãos, com a responsabilidade de fazê-la florir e frutificar.
O certo, porém, é que o exemplo, mais do que as palavras, se fixa na memória infantil. Não adianta pregação se os atos não correspondem. E, infelizmente, é o que se vê com grande freqüência na sociedade moderna.
Para
que ensinar que não se deve mentir, quando mentiras são ditas abertamente na
frente dos filhos? Para que ensinar lealdade, quando a deslealdade predomina
entre amigos, companheiros de trabalho e até entre membros da mesma família?
Para que convencer que não se deve faltar ao dever, se tantas vezes esse dever é relegado pelos pais que se fingem de doentes para não ir ao emprego, que deixam de solver seus compromissos a pretexto de razões fúteis e inexistentes?
Para que convencer que não se deve faltar ao dever, se tantas vezes esse dever é relegado pelos pais que se fingem de doentes para não ir ao emprego, que deixam de solver seus compromissos a pretexto de razões fúteis e inexistentes?
Para que dizer que não se deve enganar o próximo, negociar, fazer negócios ilícitos, barganhas vergonhosas, quando os filhos assistem a todos esses recursos praticados dentro de casa, discutidos nas horas das refeições perante eles?
Os
conselhos, portanto, não servem quanto a certas traquinagens próprias da
infância e da adolescência, se os conselheiros se deixam levar na voragem da
vida praticando ações criminosas diante dos filhos.
E o
castigo então, às vezes até corporal, numa hora de impaciência, só desperta indignação
e favorece a desobediência, quando os jovens fazem reparo entre os mínimos
pecados da criança e os grandes pecados dos adultos.
Na fase
adolescente, sobretudo, quando a consciência desperta para a vida, nenhum juiz
é mais severo diante dos pais do que os próprios filhos. Como aceitar
proibições se o mau exemplo vem de cima, de quem devia ser o paradigma dos
entes perfeitos, justos, sempre verdadeiros?!
São
essas, certamente, as causas da dissolução da família moderna, da ruína da
sociedade.
A falta de uma educação coerente, de uma educação estabelecida em normas exemplares, em condutas retas de honestidade é a responsável na sua totalidade por uma juventude desorientada, indecisa, confusa.

Educação um ingrediente contra a violência
Por Maria Cottas
Por Maria Cottas
Fonte: Livro
Crônicas Oportunas