Exemplos de Vida reflete a beleza e a singeleza da alma feminina racionalista cristã, nos ensinamentos das nobres mulheres Maria Thomazia, Maria Cottas e Maria de Oliveira. Encontrei nestes espíritos exemplos que dizem muito a todas as mulheres ávidas por esclarecimento. Como mãe e eterna estudante desta doutrina, ao ler e transcrever cada letra de suas páginas, senti que cresci um pouco mais, e deixá-las em meu arquivo pessoal seria demais injusta para com todas, assim, publico seus exemplos e um pouco de suas biografias para quem desejar sentir a vibração e a ternura do amor existente em cada palavra. Maria de Fátima Almeida

O Sexo Frágil - Por Maria Cottas

Nada mais belo que a harmonia a emoldurar um lar! Pelo menos é esta a aspiração suprema de todas as mulheres. Nem todas, infelizmente, veem tão lindo sonho realizado. E por quê? De quem é a culpa?

Quantas vezes chegam os homens a casa fatigados, depois de um dia de trabalho excessivo, ainda preocupados com problemas que lhes foram apresentados, aborrecidos com o encaminhamento de outros assuntos, não se encontrando com disposição para sair, nem às vezes, para conversar, querendo apenas descansar a mente na tranquilidade do lar acolhedor.


Mas a esposa, que não compreende isso, fala-lhe de coisas fúteis, das canseiras domésticas, de seus problemas com as empregadas, que são muito comuns, da carestia do feijão e, sobretudo, da falta de carne, que tanto a enerva atualmente, terminando, às vezes, em discussão e irritação a conversa, tão inoportuna e inadequada para aquele momento.

É claro que também temos os nossos problemas, por vezes bem cruciantes, não há dúvida, e temos ainda os dos nossos maridos e filhos, precisamente porque lhes queremos bem e são nossos. Mas quando os maridos entram em casa e como recompensa não nos dispensam a atenção que julgamos merecer, também nos sentimos incompreendidas e feridas em nosso amor-próprio.

Chamam-nos do “sexo frágil”, não? Mas, seremos frágeis mesmo? Nem sempre! Por que se fossemos tão frágeis como os homens nos costumam chamar, não nos subdividiríamos e nos multiplicaríamos, fazendo da nossa pseudo fraqueza força para evitarmos o desentendimento e a desarmonia no lar.


De quem a culpa? De ambos. Por que se o homem se unisse mentalmente mais um pouco à mulher, tornando-a sua confidente, abrindo a sua alma, sempre generosa e cheia de dedicação, suas inquietações e canseiras, esqueceria as suas próprias dificuldades e aflições por momentos, que ela procuraria tornar mais amenos, animando-o, estimulando-o e até – quem sabe?


– Sugerindo medidas e alternativas ditadas pelo decantado “sexto sentido”, como agora é moda chamar-se “intuição feminina”, que temos tão desenvolvida.

Por outro lado, se a mulher fosse mais compreensiva e, ao recebê-lo, procurasse ver na fisionomia o que lhe vai no íntimo, pois toda mulher conhece quando o marido está preocupado, e não o “caceteasse” com os seus problemas e dificuldades caseiras, ele não se apresentaria mal-humorado nem se irritaria, não dando lugar a discussões e desentendimentos lamentáveis.

Não resta dúvida de que nos encontramos sob uma atmosfera de nervosismo que contagia a todos, e para que haja nos lares paz, é preciso que, sobretudo, nós, mulheres, nos revistamos de calma e compreensão, aliadas a uma grande dose de tolerância e paciência.

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Mostremos, agora, mais do que nunca, que não somos somente o “sexo frágil” dos poetas e escritores, mas mulheres lutadoras e compreensivas ante os tempos difíceis que estamos vivendo atualmente.

O Sexo Frágil
Por Maria Cottas

Fonte:
Jornal “A Razão” – Julho/2002

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